Um dos grandes desafios da Odontopediatria é o tratamento restaurador com eficácia, qualidade, rapidez e segurança, principalmente considerando que as crianças costumam não ficar quietas por muito tempo na cadeira do dentista e há um grande risco de contaminação, além da dificuldade técnica.
A 3M desenvolveu produtos que podem ajudar na sua prática clínica! O uso de sistemas adesivos universais (ex: Single Bond Universal) torna-se bastante interessante, pela simplificação da técnica, quando utilizado na forma autocondicionante. A restauração também pode ser simplificada com o uso de resinas bulk (ex: Filtek™ One Bulk Fill), pois com apenas um incremento de até 5 mm é possível ganhar tempo, o que é importantíssimo para esse tipo de tratamento.
Nesta edição da Oral Care News, convidamos o Prof. Fernando Borba de Araújo, um renomado professor de Odontopediatria, para compartilhar sua opinião sobre essas novas tecnologias, considerando sua ampla experiência no tratamento em Odontopediatria!
Prof. Dr. Fernando Borba de Araujo
Prof. Titular de Odontopediatria da FO. UFRGS, Porto Alegre – RS
Prof. Especialização em Odontopediatria na Zenith - SC
Doutor em Odontopediatria pela FO.USP, São Paulo – SP
Quando se trata de Odontopediatria, os pacientes costumam ser bastante agitados! Qual sistema adesivo você recomendaria? Em qual protocolo? Qual a sua percepção clínica e educacional a respeito?
Uma vez aderindo-se à proposta da Mínima Intervenção quando da abordagem em lesões cariosas superficiais e profundas em dentina, tanto em dentes decíduos, quanto em permanentes, a primeira alternativa recai para um sistema adesivo cuja literatura dá o devido suporte e assim o referenda tanto pelo seu mecanismo de ação quanto pela sua performance laboratorial e clínica. Isto posto, a tendência atual é pela escolha de um sistema adesivo de menor sensibilidade técnica (menos passos técnicos), que irão se refletir numa menor possibilidade de erros pelo profissional. Refiro-me ao Sistema Adesivo Autocondicionante, cuja proposta é oportunizar uma estratégia de união micromecânica e química (nano interação), proporcionando estabilidade ao longo do tempo quanto à resistência de união por conta de uma menor degradação enzimática e hidrolítica.
Com o advento das resinas bulk fill, você enxerga que o mercado de Odontopediatria tem migrado de resinas estratificadas para as resinas bulk fill em dentes posteriores?
Num primeiro momento, sim! A proposta é por demais interessante por várias razões. A primeira delas, pela facilidade da aplicação e a menor sensibilidade técnica por parte do operador! A literatura ainda não nos reporta resultados de ensaios clínicos a longo prazo, mas como o dente decíduo tem um ciclo biológico bem definido na cavidade bucal, pode-se considerar que este material passa a ser mais uma opção restauradora para a dentição decídua. Estudos clínicos que propuseram reparo nas restaurações com as resinas bulk fill aumentaram a longevidade das mesmas.
Qual o principal benefício das resinas bulk fill no seu ponto de vista? Qual a percepção dos pais dos pacientes a respeito do tratamento?
A redução do tempo clinico de atendimento! A simplificação de um procedimento restaurador pela adoção de um protocolo de mínima intervenção para lesões cariosas de cárie com extensão em dentina, associado aos uso dos adesivos autocondicionantes e de um material restaurador de incremento único, tornam a técnica menos sensível para o operador, eficaz e rápida, e consequentemente interferindo no comportamento psicológico do paciente infantil.
Cápsula x seringa? Qual você utiliza mais e por quê?
A Cápsula torna a técnica ainda mais fácil, uma vez que o material será introduzido na cavidade e a partir daí, com o auxilio de espátulas com extremidades arredondadas, adaptado nas paredes de fundo e laterais da mesma. Sugere-se atenção para cavidades proximais conservadoras, projetando-se nestes casos a colocação do material dispensado da seringa por conta da cápsula possuir uma embocadura maior do que o diâmetro da cavidade a ser restaurada.